O que eu queria!

Muitas coisas que quis no passado, já não quero, porque já não faz sentido.
Queria ter sido entendida por alguns e nunca fui, e aprendi a viver com isso. 

De vez em quando ainda dói, mas cada vez menos.
A cada dia que passa, sinto mais a frase : quem me entende, entende, quem não entende, entendesse.
Deixei de precisar de provar alguma coisa, a quem quer que seja.

Todos os resultados dos meus esforços estão à vista e sinto-me extremamente orgulhosa. 
Os meus maiores feitos: os meus filhos de sangue e de coração. São o meu maior orgulho. 

A família que criei do zero, da minha raiz.  

O amor que sempre transbordei e distribuí.
Os meus amigos sabem quem são e isso basta-me.
Entendi que os amigos são a família que escolhi. 

Há familiares que me calharam na rifa, talvez porque precisava deles para me transformarem em quem sou, mas com os quais não me identifico. 

Desejo-lhes o melhor, mas que cada um siga o seu caminho.
Na minha vida, estão os que têm de estar. 

Cheguei a uma altura da minha vida em que já não faço fretes. Ligo quando me faz sentido. 

Vou ter com quem me faz sentido. Conviverei, apenas, com quem me apetece. 

E isto é a verdadeira liberdade.
O passado, quem nunca quis entender-me, quem não me quis como eu o quis, passou, aceitei e sorri.

De Fátima Mendes

Dia 27-4-2022